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Burn-on: A Exaustão Silenciosa no Ambiente Corporativo

  • pepconsultweb
  • 6 de mar.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 27 de ago.

A saúde mental no ambiente de trabalho tem sido cada vez mais discutida como um fator essencial para o bem-estar corporativo. Nos últimos anos, com o aumento dos casos de síndrome de burnout, um novo fenômeno vem ganhando destaque: o burn-on. Esta condição, mais sutil e de difícil identificação, representa um estado de exaustão crônica em que a produtividade é mantida, mas às custas de um profundo desgaste emocional.



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O que é a síndrome de burn-on? A síndrome de burn-on caracteriza-se pela exaustão contínua relacionada ao trabalho, manifestando-se em desgaste físico e emocional persistente. Diferente do burnout, que resulta em um colapso e afastamento profissional, o burn-on mantém o indivíduo funcional, mas sobrecarregado. É uma "exaustão silenciosa", na qual o sofrimento interno é mascarado pela aparente produtividade. Esse fenômeno está frequentemente ligado a ambientes corporativos de alta demanda, pressão por desempenho e dificuldade em equilibrar vida pessoal e profissional. A chamada "hustle culture", ou cultura da produtividade extrema, também tem sido associada à sua incidência. Estudos indicam que 63% dos profissionais relatam sentir ansiedade ou angústia na maioria dos dias, o que reforça a importância de abordar essa questão com seriedade.

Principais causas do burn-on O burn-on não surge de maneira repentina; é fruto de um acúmulo de fatores que favorecem o desgaste progressivo. Dentre as principais causas, destacam-se: • Pressão contínua por resultados elevados; • Sobrecarga de trabalho e ausência de pausas adequadas; • Cultura corporativa que valoriza produtividade acima do bem-estar; • Falta de reconhecimento pelos esforços dos colaboradores; • Dificuldade de separar trabalho e vida pessoal; • Ambientes de trabalho com baixa empatia e suporte emocional. Sem a devida atenção a esses fatores, cria-se um ciclo no qual os colaboradores permanecem ativos, mas com prejuízos significativos à saúde mental e física.

Como identificar os sintomas de burn-on? Por se tratar de uma condição em que a produtividade é mantida, identificar o burn-on pode ser um desafio. No entanto, alguns sinais podem indicar sua presença: • Fadiga constante, mesmo após o descanso;• Falta de interesse por projetos antes estimulantes; • Dificuldade de concentração; • Oscilações emocionais e irritabilidade frequente; • Problemas de sono, como insônia ou sono não reparador; • Sintomas físicos como dores de cabeça, tensão muscular e bruxismo; • Sensação de estar em um ciclo sem propósito, apesar de seguir produtivo. A atuação conjunta entre lideranças e equipes de RH é essencial para reconhecer esses sinais precocemente e evitar o agravamento do problema.

Tratamento e prevenção do burn-on O tratamento do burn-on deve ir além da mera gestão dos sintomas, abordando tanto o indivíduo quanto o ambiente corporativo. Algumas estratégias eficazes incluem: • Apoio psicológico: Acompanhamento profissional para compreensão emocional e reequilíbrio; • Mudanças de hábitos: Práticas como meditação, atividade física e momentos de lazer ajudam a aliviar o estresse;• Gestão do tempo: Priorizar tarefas e aprender a dizer "não"; • Fortalecimento da rede de apoio: Compartilhar dificuldades com amigos, familiares ou grupos de suporte contribuindo para o bem-estar.

Diferença entre burn-on e burnout Embora relacionados ao estresse no trabalho, burn-on e burnout apresentam diferenças significativas. O burn-on caracteriza-se pela exaustão crônica, mas com manutenção da produtividade, enquanto o burnout é um estágio mais grave, no qual a pessoa colapsa e muitas vezes precisa se afastar do trabalho. No burn-on, há sinais sutis de desgaste, como fadiga constante e desmotivação, mas a pessoa segue operando no "piloto automático". Já no burnout, a exaustão atinge um nível incapacitante, acompanhado de sentimentos de inutilidade e sintomas físicos severos.

O papel das empresas na prevenção do burn-on As organizações têm um papel fundamental na prevenção do burn-on. Algumas iniciativas eficazes incluem: • Avaliação das demandas das equipes: Ajustar cargas de trabalho evita exaustão excessiva; • Criação de espaços para desconexão: Estabelecer uma cultura que respeite os limites entre vida profissional e pessoal; • Capacitação de lideranças: Gestores bem treinados podem identificar sinais precoces e intervir de maneira adequada; • Promoção de programas de bem-estar: Iniciativas como mindfulness, yoga e palestras sobre saúde mental impactam positivamente o clima organizacional. O RH desempenha um papel estratégico nesse processo, garantindo que as políticas corporativas sejam humanizadas e eficazes na promoção da saúde mental.

Conclusão A síndrome de burn-on é um desafio crescente no mundo corporativo, exigindo um olhar atento das lideranças e do RH para garantir um ambiente de trabalho equilibrado. Embora menos drástico que o burnout, o burn-on compromete a saúde mental e pode impactar a produtividade a longo prazo.A prevenção passa por uma mudança na cultura organizacional, priorizando o bem-estar sem comprometer a eficiência. Um ambiente de trabalho saudável não apenas protege os colaboradores, mas também fortalece a sustentabilidade e o crescimento da empresa.

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